Tecnologia a favor da água
A água é o recurso mais precioso que possuímos, os fornecedores de água doce do planeta somam aproximadamente (e somente) 3% de toda água disponível e, grande parte desse material, é consumido pela população mundial. Contudo, nem sempre possuímos água de qualidade para as necessidades diárias. Em partes do mundo onde não se conhece métodos de tratamento mais eficazes (ou em conta) a única maneira de tomar água “potável” é realizando a ebulição dos germes, ou colocando garrafas plásticas ao sol para os raios UV eliminarem os micro-organismos. A energia solar é disponível em todo o planeta e pode com toda certeza ser utilizada para a purificação da água. No entanto, a desinfecção da água se baseia em raios ultravioleta, o que representa somente 4% de potencial energético do Sol. Visando um tratamento eficaz pesquisadores do Department of Energy’s SLAC National Accelerator Laboratory e da Universidade de Stanford criaram um dispositivo nanoestruturado, que possui cerca de metade do tamanho de um selo postal e pode desinfectar a água de maneira eficiente e rápida, fazendo o uso do espectro solar visível, que contém em torno de 50% da energia solar.
Quando a luz solar incide sobre o dispositivo provoca a formação de peróxido de hidrogênio e outros produtos químicos que se mostram muito eficientes, eliminando cerca de 99,99% de todos os micro-organismos presentes na água (em cerca de 20 minutos). Analisando o dispositivo, notam-se pequenas impressões com linhas muito bem espaçadas. Essas linhas são películas muito finas de dissulfeto de molibdênio, empilhadas sobre o retângulo de vidro. O dissulfeto de molibdênio é ácido e utilizado como lubrificante industrial, contudo, reorganiza-se suas propriedades de forma a torná-lo um fotocatalisador. Utilizando também o cobre, os pesquisadores foram capazes para disparar reações que produzem espécies reativas de oxigênio, como o citado peróxido de hidrogênio, um desinfectante muito utilizado, que elimina as bactérias em toda a água circundante. Esse fotocatalisador além de ser barato e em conta para a produção, absorve uma gama muito ampla de comprimentos de ondas.
O dispositivo foi testado somente em laboratório e ainda não fora aplicado no “mundo real”. Ainda não foi possível remover os poluentes químicos, somente micro-organismos. Serão necessários mais testes e pesquisas, porque o dispositivo além de testado somente em laboratório, fora utilizado com uma pequena quantidade de água e apenas três tipos de bactérias. Contudo, o trabalho dos pesquisadores já fornece um grande avanço para o campo científico e em novas tecnologias quando o assunto é à manutenção da qualidade de água. Em um futuro próximo, se bem elaborado, poderá ser usado em grande escala. O tratamento de água ainda não é totalmente eficiente, se o dispositivo evoluir de forma positiva, a água proveniente do esgoto poderá ser mais bem tratada, e até mesmo à água de nossos maiores reservatórios, os aquíferos, poderão adquirir uma melhor qualidade.
