ÁGUA: Quando a fonte seca.
Quando você compra um quilo de carne bovina você imagina quanta água foi gasta até ele chegar ao seu prato? já parou pra pensar?! Em apenas um quilo de carne é gasto em média 16 mil litros de água, que corresponde a usar uma pequena piscina de água para obter quatro bifes. Além do mais, milhares de litros são utilizados na produção das mercadorias que consumimos diariamente. A industria e o agronegócio juntos consomem em média 80% da água disponível em comparação do consumo da população aqui no Brasil. O consumo mundial de água aumentou oito vezes no século passado. E continua aumentando em ritmo mais do que duas vezes mais rápido que o ritmo de crescimento da população mundial. Consequentemente, um terço da humanidade não tem acesso à água suficiente e 1,1 bilhão de pessoas não contam com água potável. Lagos, rios e oceanos estão cheios de nutrientes e poluentes. Ao mesmo tempo, o nível das águas subterrâneas está em declínio em muitas partes do mundo. Grandes rios – como o Colorado,dos Estados Unidos, e o Amarelo, da China,– já não chegam ao mar durante meses por causada extração excessiva de suas águas. O consumo continua a aumentar à medida que a população mundial cresce, e o abastecimento de água pode entrar em colapso se não forem impostos limites. A atividade que mais consome água – sendo apontada como a principal causa da crise hídrica mundial – é a agricultura, que utiliza 70% da água doce disponível no mundo, enquanto o uso doméstico(10%) e da indústria (20%) é muito menor. Um terço da cota que abastece a agricultura é destinado à pecuária. Não porque vacas, porcos e galinhas bebam muito líquido, mas porque a consomem indiretamente para a produção de forragem. Uma vaca come durante a vida 1,3 mil quilos de grãos e 7 mil quilos de forragem, para cultivar tudo isso é preciso muita água. O efeito do gado sobre a água não se limita ao consumo. A contaminação da água por nitratos e fósforo contidos no esterco e nos fertilizantes representa um grande problema para a indústria pecuária. Em muitas áreas, o excesso de fertilização é um problema maior do que a falta de adubação. As plantas não conseguem absorver os nutrientes,que se infiltram no solo e se depositam nas águas subterrâneas, bem como nos rios e lagos. Os nitratos que chegam às águas subterrâneas muitas vezes acabam em poços e mananciais. Existem outros problemas, como a contaminação por antibióticos, devido às grandes quantidades de medicamentos utilizados nos criadouros industriais e o declínio do nível do lençol freático,em função do bombeamento dos poços. Os poços secos precisam ser aprofundados e podem entrarem contato com as rochas com alto teor de flúor e arsênico, substâncias prejudiciais para as pessoas e os animais. De acordo com o Worldwatch Institute, se o consumo de carne continuar crescendo rapidamente,a quantidade de água necessária para cultivar forragens irá dobrar até meados deste século.O crescimento da população humana por si só implica que temos de encontrar maneiras mais econômicas de usar a água. Cerca de 2,5 bilhões de pessoas já vivem em áreas com acesso a água de qualidade restrito . Em 2025, mais do que metade da humanidade passará por privação de água. Há também a questão sobre o custo climático do gado, sendo que a pecuária intensiva gera quase um terço dos gases de efeito estufa em nível global. Mas alguns cientistas e pecuaristas argumentam que uma pecuária adequada não afeta o clima. As plantações de soja, como na nossa região, recebem altas quantidades de agrotóxicos, como o glifosato, para combater pragas e por isso devem ser geneticamente modificadas para suportarem estas taxas de veneno. E porque devemos nos preocupar? Porque resíduos de glifosato podem estar presentes em baixas doses nos produtos derivados dos animais que os consomem, e porque há dúvidas crescentes sobre a segurança sanitária do composto. Bom, é de suma importância saber como todos estes aspectos nos afetam e nem damos conta, não damos conta que as indústrias gastam altas quantidades de água e ainda podemos ver em nosso país alguns estados sofrendo com escassez deste recurso que é essencial para a vida.