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A "Síndrome dos rios urbanos"


Em 2005 foi publicado o artigo “A síndrome do curso d´água urbano: conhecimento atual e a busca por uma cura”, pela The North American Benthological Society, contando com seis diferentes autores. O termo que compõe o título do artigo se refere a um conjunto de características ecológicas criteriosamente observadas em cursos d´água urbanos, as quais indicam diferentes fatores de degradação. O artigo revisa a literatura para descrever os sintomas da síndrome, compreender seus mecanismos de ação, além de identificar caminhos e métodos apropriados que objetivam a restauração ecológica.

A metodologia considerou diferentes características, como, hidrologia, composição química da água, morfologia do canal, matéria orgânica, presença de peixes, invertebrados, algas, e a condição de processos ecossistêmicos. Cada fator (com seus fenômenos relacionados) foi enquadrado em três categorias a partir da revisão bibliográfica: dados consistentes (no sentido da suficiência amostral por múltiplos estudos); inconsistentes pela impossibilidade de respostas conclusivas, indicando a necessidade de ampliar as pesquisas ; e dados realmente insuficientes (limited research).

Em relação à hidrologia, destacam-se os seguintes pontos: aumento da frequência de escoamento superficial; de processos erosivos; da magnitude de enxurradas; diminuição do tempo de latência até picos de transbordamento. Sobre a composição química da água, foram observados aumento do aporte de nutrientes (N,P); aumento de resíduos tóxicos; de temperatura. Outros pontos importantes são: aumento da largura do canal; diminuição da complexidade do canal; diminuição da retenção de matéria orgânica; redução de peixes e invertebrados especialistas, e aumento dos invertebrados tolerantes e generalistas; aumento da eutrofização por determinadas algas. Esses são alguns elementos, mas não se encerram aí. Além de verificar outras origens para os problemas, o artigo discute as relações entre diferentes proximidades de centros urbanos, a qualidade do saneamento básico, e termina fazendo uma ampla análise indicando a necessidade de inovações no manejo para conservação e restauração de bacias hidrográficas, sistemas de drenagem, e etc., e avanços na integração de pesquisas que considerem múltiplos aspectos da questão dos cursos d´água urbanos. Vale a pena ler o trabalho na íntegra!

No mesmo ano, diferentes autores também da The North American Benthological Society publicaram o estudo “Função ecossistêmica dos cursos d´água em paisagens urbanizadas”, partindo do pressuposto de que mais estudos são necessários ao atendimento da hipótese de que a extensão da urbanização influencia as alterações dos cursos d´água. Para tanto, seis tributários do rio Chattahoochee foram pesquisados, os quais variam em escalas de urbanização. Para chegar à conclusão de que funções ecossistêmicas alteradas são um sintoma inequívoco da “síndrome dos rios urbanos”, como também pode ser referida, muitas variáveis foram analisadas. Trata-se de um trabalho muito interessante.

Os artigos mencionados estão disponíveis e os títulos originais são:

"The urban stream syndrome: current knowledge and the search for a cure".

"Stream ecosystem function in urbanizing landscapes".


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