"A água viva ainda está na fonte!"
Diante do grande contingente populacional mundial o uso da água torna-se cada vez mais crescente. No entanto, este recurso não é infinito como muitos pensam. Assim, o reuso da água é uma alternativa confiável e muito necessária como nova fonte hídrica. A água residuária que ora é vista como poluente, posteriormente pode ser utilizada como recurso. Vale considerar que, quando esta água é reutilizada, evita-se que seus poluentes cheguem até os lençóis freáticos e contamine-os.
O reuso da água é comumente conhecido como “reciclagem da água” ou “recuperação da água”. As pessoas frequentemente não compreendem a diferença entre água residuária tratada e não tratada. Com isso, o termo tem sido substituído por reuso da água, afim de passar uma imagem mais positiva.
Um bom motivo para o reuso da água residuária é o estabelecimento de uma nova fonte de água, considerando a crescente demanda do uso e a diminuição das fontes. Vale ressaltar que as fontes mais potáveis de água, à exemplo os aquíferos, já apresentam níveis significativos de poluentes.
O reuso da água pode ser agrupado nas seguintes categorias:
- Reuso urbano, na irrigação de parques, jardins, banheiros industriais, entre outros.
- Reuso na agricultura: irrigação de culturas e pastagens.
- Recreacional: abastecimento de lagos e fontes.
- Reuso industrial: nos processos industriais e nos processos de resfriamento. (MCKENZIE, C. 2005).
Além dos citados, um novo meio de reuso da água tem sido utilizado em diversos países de terceiro mundo, onde a escassez de água potável encontra-se em nível crônico. Em 2013 um relatório publicado pela OMS afirmou que 2,4 bilhões de seres humanos não tinham acesso à água potável. Uma situação alarmante que causa a morte de uma criança a cada 21 segundos devido ao consumo da água poluída.
Porém, uma invenção suíça pode reverter esse quadro, o “LifeStraw” é um purificador de água portátil projetado para ser usado para filtrar água para beber, tem sido utilizado para o reuso da água. Este filtro tem sido utilizado como ferramenta para sobreviventes e adicionado à kits de preparação para emergências, sendo capaz de filtrar aproximadamente 1000 litros de água, o que é suficiente para uma pessoa beber por um ano. Capaz de remover aproximadamente 99,99% das bactérias e parasitos transmitidos pela água, o LifeStraw foi distribuído em diversas catástrofes, como no terremoto do Haiti em 2010, inundações no Paquistão em 2010, inundações na Tailândia de 2011, no terremoto no Equador em 2016 e no Quênia a Cruz Vermelha forneceu mais de 10.000 filtros para escolas e famílias em um longo período de seca sofrido. O filtro possuí um preço acessível para ONGs, possibilitando a maior distribuição possível.
Esta revolucionária invenção foi elogiada internacionalmente, ganhando vários prêmios como “Prêmio Saatchi & Saatchi” em 2008, o Prêmio Internacional de Design IDEX: 2005 e “Melhor Invenção” e foi apresentado no Museu de Arte Moderna de Nova York. Assim, espera-se que seu objetivo de proporcionar água potável para milhares de pessoas seja atingido, alcançando cada vez mais pessoas sedentas, não apenas de água, mas de vida.