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Neblina: A salvação do deserto do Atacama

O Deserto de Atacama, destino da nossa descoberta, localiza-se na região norte do Chile, fronteira com Peru. Cobre uma superfície de 106.513 quilômetros quadrados e é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo. Devido a essa considerável altitude e clima ocorrem pouquíssimas e raras chuvas, resultantes de correntes marítimas do Oceano Pacífico não conseguirem passar para o deserto. Assim, quando a chuva se evapora, as suas nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante uma fase muito longa sem chuva.

As temperaturas no deserto variam entre 0 °C à noite a 40 °C durante o dia e com essa variação de temperatura é que daremos sequência a nossa descoberta. A única paisagem verde do deserto do Atacama dá vida ao Parque Nacional Fray Jorge, que é considerado uma Reserva Mundial da Biosfera (Declarado pela UNESCO) que possui um bosque valdiviano na zona desértica costera. Esta pequena reserva natural sobrevive apenas devido a fonte inesgotável da chamada "camanchaca", que nada mais é do que a própria neblina.

A neblina fornece dez vezes mais água do que as poucas e raras nuvens de chuva nesta região. E é ela que mantém a vida no bosque. Antes da última Era Glacial, o deserto do Atacama era verdinho, porém isso foi tudo o que restou. Mas para que se mantenha a vida em ordem nesse pequeno pedaço de paraíso, algumas pessoas estão envolvidas no processo e são conhecidas como “Caçadores de nuvens”.

Os caçadores de nuvens envolvidos no reflorestamento da área então inventaram uma espécie de “pega nuvens” (armadilha), denominada de Atrapanieblas. A Atrapanieblas é uma técnica muito antiga e universal que consiste basicamente em um pedaço de tecido, tela, rede, ou trançado que é estendido no caminho das nuvens. Então as gotículas de água que formam a neblina ficam presas nos fios, se conectam, ganham peso e escorrem e através de tubos, canaletas vão juntando-se nos reservatórios de água.

Cada atrapaniebla desta produz por dia 45 litros de água, o que não é pouco, devido ao clima e a falta de disponibilidade hídrica na região. O reflorestamento de uma área de 100 hectares só foi possível graças a essa técnica, no qual conseguiu coletar um valor aproximado de 800 mil litros de água decorrida da neblina, em um tempo de quatro anos. Essa nova forma de captação de água nos faz pensar o quanto isso pode servir para outras regiões remotas do mundo e trazer um pouco de esperança. Mas atenção! Essa água não é potável, embora deixe aberto a luz no fim do túnel para que mais estudos sejam concluídos e, talvez com a tecnologia ao nosso favor, possa então vir a ser não somente água para reflorestamento, mas também para que possa salvar vidas humanas.

Fig.1 – Entrada do Parque Nacional Fray Jorge. Fonte: http://www.tourandhotels.com/Tour-Detalle.php?t=115

Fig.2 – Atrapaniebla que coleta água da neblina. Fonte: http://www.flickriver.com/photos/tags/atrapaniebla/interesting/

Referência: HOMENS coletam água de neblina para fazer reflorestamento no Chile. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2014/06/homens-coletam-agua-de-neblina-para-fazer-reflorestamento-no-chile.html>. Acesso em: 26 abr. 2017.


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